Existem anãs que são child-free ou antinatalistas?
Cada vez mais, vejo mulheres optando por não ter filhos por inúmeros motivos: não querer se sentir presa, os altos custos, a situação global, a falta de tempo para criar uma criança, ou até a ideia de não trazer alguém ao mundo que nunca pediu para nascer. A decisão de não ter filhos, que antes parecia um tabu ou uma escolha rara, hoje é abraçada por cada vez mais mulheres.
Recentemente, li uma notícia sobre pais lamentando que nunca serão avós porque suas filhas decidiram não ter filhos. Achei essa reação extremamente exagerada. Em muitos casos, essa pressão dos pais para terem netos revela uma ideia de que as mulheres “devem” algo à família ou à sociedade. Como se fossem responsáveis por dar continuidade a uma linhagem ou por garantir a felicidade de outras pessoas ao seu redor.
https://www.nytimes.com/2024/11/11/well/family/grandparent-grandchild-childfree.html>não vou passar meu conhecimento aos netinhos>me sinto tão sozinha e pensei que estaria cercada de netos agoraEssa pressão acaba recobrindo o ambiente familiar com um peso constante, e as filhas, mesmo adultas, acabam sendo colocadas em uma posição onde precisam justificar suas escolhas de vida. É um dilema particularmente frustrante porque, para muitas mulheres, a decisão de não ter filhos é algo pensado e refletido, não uma simples recusa por impulso
o contrário geralmente é por impulso. Além disso, muitas dessas mulheres são questionadas e criticadas por parentes, como se fossem ingratas ou incompletas por não sentirem o “chamado” da maternidade.
É quase como se a sociedade ainda acreditasse que existe uma obrigação de procriar, de dar continuidade a uma tradição familiar, enquanto os homens, muitas vezes, têm a liberdade de seguir suas vidas e escolhas sem a mesma cobrança ou estigma. Um homem que decide não ter filhos não costuma ser questionado da mesma maneira ou enfrentar essa pressão emocional. Essa diferença de tratamento é evidente: enquanto mulheres ainda enfrentam cobranças constantes, os homens seguem sendo vistos de maneira mais neutra, e muitas vezes até respeitados, por suas escolhas.