a440b
No.17790
Falou tudo.
Lembro de na adolescência, eu como menina parda, fazia de tudo pra ter a pele mais clara… E eu sempre fui "padrão" no quesito corpo.
Morava na Bahia, local quente feito a desgraça (tenho conhecidos da época que eram brancos feito papel, viviam em ar condicionado e mesmo assim tinham a pele queimada/acabada de tão quente que era aquele local) e mesmo assim me sentia feia só por ter a pele castanha.
Isso acabou comigo, eu não me sentia digna de alguns hobbies e nem de chegar em alguns meninos que me sentia atraída (sempre se espera que a menina parda/negra seja minimamente gostosa, e advinha… Sou magrinha, se fosse branquinha, seria linda de bonita, mas sou sem graça, feia e sem sal).
Até hoje me sinto mal, mas estou me desconstruindo e percebendo que tenho minha beleza e que esse racismo muitas vezes veio de mim mesma (não descarto que o mundão, incluindo o que eu consumia na adolescência, tenha ajudado a construir o meu racismo).