>>22722Minha teoria é que havia a necessidade de destacar uma atriz negra como protagonista de forma natural, e a solução encontrada foi integrar um k-drama com um ator coreano carismático para agradar o público habitual das novelas, composto majoritariamente por mulheres entre 25 e 60 anos, donas de casa, religiosas, que não estão no mercado de trabalho ou estudando e que são consumidoras ávidas de séries, especialmente na Netflix – plataforma que popularizou os dramas coreanos no Brasil, antes acessíveis principalmente online. E ficam o dia inteiro nas redes sociais. As típicas fãs de BBB que votam 900 trilhões de vezes e consomem os produtos patrocinados.
A Rede Globo está em busca de uma sucessora para Thaís Araújo, para não falar que não tem representação preta nas novelas, e a Thaís ta ficando velha para alguns papéis. Uma novela com os temas recorrentes de favela, tráfico e rico versus pobre, com uma protagonista preta militante, provavelmente não seria bem recebida pelo público. No formato de k-drama fica mais fácil manter uma postura conservadora fofinha.
Claro, vai ter lacração, com certeza vai ter uma amiga militante ou coisa do tipo, mas vão transformar em alívio cômico, que nem era nos anos 90.