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1d650 No.23534
Existem anãs que são child-free ou antinatalistas?

Cada vez mais, vejo mulheres optando por não ter filhos por inúmeros motivos: não querer se sentir presa, os altos custos, a situação global, a falta de tempo para criar uma criança, ou até a ideia de não trazer alguém ao mundo que nunca pediu para nascer. A decisão de não ter filhos, que antes parecia um tabu ou uma escolha rara, hoje é abraçada por cada vez mais mulheres.

Recentemente, li uma notícia sobre pais lamentando que nunca serão avós porque suas filhas decidiram não ter filhos. Achei essa reação extremamente exagerada. Em muitos casos, essa pressão dos pais para terem netos revela uma ideia de que as mulheres “devem” algo à família ou à sociedade. Como se fossem responsáveis por dar continuidade a uma linhagem ou por garantir a felicidade de outras pessoas ao seu redor.
https://www.nytimes.com/2024/11/11/well/family/grandparent-grandchild-childfree.html
>não vou passar meu conhecimento aos netinhos
>me sinto tão sozinha e pensei que estaria cercada de netos agora

Essa pressão acaba recobrindo o ambiente familiar com um peso constante, e as filhas, mesmo adultas, acabam sendo colocadas em uma posição onde precisam justificar suas escolhas de vida. É um dilema particularmente frustrante porque, para muitas mulheres, a decisão de não ter filhos é algo pensado e refletido, não uma simples recusa por impulso o contrário geralmente é por impulso. Além disso, muitas dessas mulheres são questionadas e criticadas por parentes, como se fossem ingratas ou incompletas por não sentirem o “chamado” da maternidade.

É quase como se a sociedade ainda acreditasse que existe uma obrigação de procriar, de dar continuidade a uma tradição familiar, enquanto os homens, muitas vezes, têm a liberdade de seguir suas vidas e escolhas sem a mesma cobrança ou estigma. Um homem que decide não ter filhos não costuma ser questionado da mesma maneira ou enfrentar essa pressão emocional. Essa diferença de tratamento é evidente: enquanto mulheres ainda enfrentam cobranças constantes, os homens seguem sendo vistos de maneira mais neutra, e muitas vezes até respeitados, por suas escolhas.
817d4 No.23539
Digamos que a vida já é difícil o suficiente sem uma criança chata presa a mim e me enchendo o saco.

>mas quem vai cuidar de você quando ficar velha?

Uma cuidadora, eu espero. O dinheiro que eu vou economizar, unido ao tempo livre que utilizarei para aperfeiçoar minha formação, talvez me traga uma boa condição de vida. Se não trouxer, pior ainda com um serzinho totalmente dependente.

>mas isso é um pensamento egoísta

Tá??? Que seja. Acho mais egoísta colocar um filho no mundo decadente. Fora que eu não sei se conseguiria aceitar todas as particularidades dele; por achar que humanos merecem desenvolver-se sem as intercorrências das expectativas maternas/paternas, evito.

a5043 No.23541

817d4 No.23542
>>23541
Ao invés de ir a fundo no problema da crise (horas de trabalho exorbitantes, uniões falidas), essa é a ideia que vem à mente.
Sei lá o que você quis provar com isso.

1d650 No.23543
>>23539
>Digamos que a vida já é difícil o suficiente sem uma criança chata presa a mim e me enchendo o saco.
>Fora que eu não sei se conseguiria aceitar todas as particularidades dele

O desafio de criar filhos se torna ainda mais intenso quando a criança nasce com deficiência. Nesses casos, as mulheres enfrentam julgamentos duplos: pelo nascimento em si, como se fossem responsáveis pela condição, e pelas escolhas que fazem a seguir. Muitas mães abandonam carreiras e a vida social para cuidar integralmente de seus filhos, não apenas por necessidade, mas pela pressão do estigma social. Enquanto isso, é comum que o pai possa simplesmente se afastar da responsabilidade sem carregar o mesmo peso de cobranças ou críticas.

Essa desigualdade reflete como a sociedade distribui o ônus emocional, financeiro e social da criação de filhos, geralmente recaindo de forma desproporcional sobre as mulheres, que são romantizadas como "heroínas sacrificadas" e têm suas escolhas limitadas por expectativas culturais.

>Uma cuidadora, eu espero. O dinheiro que eu vou economizar, unido ao tempo livre que utilizarei para aperfeiçoar minha formação, talvez me traga uma boa condição de vida. Se não trouxer, pior ainda com um serzinho totalmente dependente.


A ideia de ter filhos como "investimento" para garantir cuidado na velhice é retrógrada e falha. Filhos são indivíduos com livre-arbítrio, e não há garantia de que irão ou possam assumir esse papel. Basear o futuro na dependência emocional ou financeira de outra pessoa é um risco que muitas vezes leva à decepção.

Priorizar a educação, a independência financeira e a qualidade de vida é uma escolha mais lógica. Assim, o futuro não depende de forçar uma criança a carregar um peso emocional que nunca pediu para assumir, mas sim de decisões racionais feitas no presente.

>>23541
Cada vez mais observamos notícias de países que tentam implementar medidas drásticas para enfrentar o "problema" do declínio nas taxas de natalidade. No entanto, essas estratégias muitas vezes ignoram as razões subjacentes para essa escolha, preferindo reforçar pressões e controles que recaem, em grande parte, sobre as mulheres.

Na China, a política de um filho foi substituída por uma que permite até três filhos, uma reação ao envelhecimento da população e à escassez de jovens para sustentar a economia e a previdência. Apesar disso, muitas famílias continuam escolhendo não ter filhos ou limitar a prole devido ao custo de vida elevado, à falta de suporte governamental e ao impacto nos projetos pessoais.
https://en.wikipedia.org/wiki/Three-child_policy

A Rússia apresenta um caso ainda mais extremo, onde o incentivo à natalidade está mais ligado à estratégia militar do que à formação de famílias felizes. Em meio a uma crise demográfica agravada pela guerra, o governo russo proibiu propagandas do movimento child-free, evidenciando uma tentativa de garantir uma base populacional suficiente para o alistamento de futuros soldados e para repor a força de trabalho.
https://www.reuters.com/world/europe/russia-bans-child-free-propaganda-try-boost-birth-rate-2024-11-12/

Essa visão desumaniza tanto mães quanto crianças. Não há real preocupação em proporcionar condições para que crianças cresçam em ambientes saudáveis ou famílias possam prosperar, mas apenas em garantir "números": corpos suficientes para alimentar as engrenagens do Estado. Nesse modelo, as mulheres são pressionadas a se tornarem ferramentas de reprodução, enquanto o futuro das crianças é reduzido a atender interesses militares e econômicos, em vez de se basear em escolhas conscientes e genuínas para formar famílias.

6b2c6 No.23544
A maior parte das sociedades, culturas e até mesmo economias que existem no mundo foram construídas tendo como uma das bases a exploração do trabalho não remunerado de mulheres, muitas vezes sequer reconhecido como trabalho. Mas isso não importava na maioria dos casos, a vida era difícil e as pessoas se contentavam com o pouco que conseguiam obter. A vida também não era fácil para os homens, apesar de eles terem um pouco mais de liberdade em sua maioria. Não era só uma escolha consciente, era uma necessidade, casar e ter filhos em grande parte da história humana estava ligado à própria sobrevivência, não só perpetuação da espécie.

Nos nossos tempos restou a cultura, a mentalidade, a mitologia de que "o certo é" fazer aquilo que as outras pessoas fazem desde sempre. Por trás disso, a nossa sociedade já começa a sentir os efeitos da falta da contribuição não-remunerada das mulheres. Não precisa ser todas, se um bom número já parar de contribuir, a coisa começa a falhar e pode chegar ao colapso. A Coréia do Sul que o diga.

Uma das formas de forçar as mulheres a contribuírem na construção e manutenção da sociedade é exatamente colocá-las no papel de "mãe". Não só ela produziu pelo menos mais uma pessoa para futuramente fazer parte do sistema, como agora ela também será forçada a contribuir de outras formas: cuidando, educando, trabalhando para sustentar, etc… tudo isso é geração de riqueza que ajuda a roda a girar. Tudo isso é alguém trabalhando, se esforçando, sem desgastando sem necessariamente desfrutar dos resultados de seus esforços, afinal, mães têm menos tempo para se divertir, descansar, aproveitar.

Claro, para muitas mulheres ser mãe, dar e receber o amor das crianças, poder se orgulhar desse título, gerar outro ser humano, ajudar a formá-lo, ver a criança se tornar uma pessoa adulta realizando seu potencial e sendo feliz, é por si só uma recompensa inestimável e vale a pena todo o esforço; mas para muitas mulheres, um número maior do que a sociedade costuma admitir, não é suficiente e hoje elas podem simplesmente dizer "não quero".

Não sei onde isso vai terminar, mas desconfio que num futuro próximo serão cada vez mais comuns os apelos para se retirar a liberdade das mulheres para que elas não possam se recusar a assumir o papel tradicional de mãe e esposa. É disso que se trata cada incel comemorando a vitória do Trump postando na internet comentários do tipo "your body, my choice". A energia sempre segue o caminho de menor resistência e infelizmente acho muito mais fácil as sociedades preferirem criar mecanismos para oprimir as mulheres do que exigir que os homens aprendam a dividir obrigações e contribuir de igual para igual com a criação e educação das crianças.

Simone de Beauvoir já alertou: "Nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Esses direitos não são permanentes. Você terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida".

a5043 No.23545


>>23542
Essa madrugada eu estava sem condições de escrever, ainda não estou muito bem, mas eu só quis compartilhar algo que eu li antes e fiquei horrorizada. Quando a gente acha que tem liberdade para escolher alguma coisa, vem um merda desses lembrar que não faz 50 anos que uma mulher podia ter uma conta no banco sozinha.
É engraçado como sempre cai no colo das mulheres todas as buchas e intervenções nos nossos corpos.

Respondendo a OPéia: não quero criança de forma alguma. Não tenho tempo, saco ou dinheiro para aguentar passar por tudo que uma mãe passa.
Igual a >>23539 disse, prefiro juntar dinheiro e procurar algum asilo de luxo no final da vida, do que ter o trabalho de criar e investir em um ser humano e no final ele me abandonar.
Já consegui me posicionar quanto a minha família, agora existe zero pressão, ninguém mais espera nem que eu segure um bebê no colo pra ajudar alguém. Eu sou 100% sincera e tenho uma argumentação muito boa quando alguém vem me questionar. Entendo que meninas mais novas ou que cresceram em família mais conservadoras talvez tenham medo de bater de frente com a familia, mas uma coisa que funciona comigo é ser a pessoa que eles têm medo de bater de frente, de querer discutir. Se você não se posiciona e deixa bem claro quem é você e o que você decidiu para a sua vida, as pessoas te engolem.

>>23543
Tomara que as pessoas simplesmente parem de transar no Japão e no resto do mundo e não nasça mais ninguém. Que ter útero ou não, não faça diferença.

1d650 No.23546
>>23541
>>23545
Fui ir atrás desse cara e conservadores japoneses são insanos.

>>Naoki Hyakuta, leader of the far-right Conservative Party of Japan with 3 seats in the House of Representatives

a5043 No.23547
>>23546
Véio fudido, tinha que levar uma paulada bem no meio da testa pra parar de falar merda.

1d650 No.23562
O mais nojento de todos.

b1c96 No.23563
>>23562
Acho que ele deveria inventar um útero artificial e fazer um procedimento cirúrgico pra colocar dentro no corpo dele, já que quer tanto ter engravidar e ter filhos…

7218e No.23564
>>23563
Se eu não me engano, ele ta tentando fazer um útero artificial sim. Até discuti com uma amiga outro dia que seria muito mais barato colonizar Marte dessa maneira, usando útero artificiais lá e poucas pessoas para serem cuidadores e tutores.

34b1c No.23576
>>23562
Deve ser muito fácil pra ele, que nunca cuidou dos próprios filhos.

c7d25 No.23578
>>23563
Um útero artificial e que o filho saia pelo cu



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