159f8 No.3998
A dor de ser abusada sexualmente pelo seu próprio padrasto e nem sua mãe acreditar em você é absurda. De certa forma, sinto que ela até mesmo consentia e fechava os olhos para tudo que acontecia comigo. É um sentimento insuportável. Quando contei tudo a ela, esperava encontrar um porto seguro, alguém que me ouvisse sem julgamentos e acreditasse em mim. No entanto, só fui silenciada, minha verdade foi questionada e minha experiência foi minimizada. A sensação de não ser ouvida e considerada tem sido completamente agoniante.
Como uma mãe pôde escolher manter um relacionamento com alguém que causou tanto sofrimento na vida da menina que ela mesma gerou? Foi muito difícil acreditar que a mulher que me trouxe ao mundo pudesse ser tão insensível. Eu era a porra de uma criança.
Durante minha infância, eu fingi para mim mesma que a forma que o marido dela me tocava era um acidente, um mal entendido, em partes para preservar a imagem do casamento da minha mãe e evitar confrontos (fui ensinada a sobreviver dessa maneira num ambiente cheio de narcisistas). Em meio a isso tudo, a parte mais difícil é lidar com a indiferença dela em relação as coisas que passei. Se eu soubesse que ela reagiria dessa maneira, eu optaria por morrer guardando isso pra mim mesma. São situações como essa que me fazem questionar minha própria dignidade como ser humano. Mesmo que eu faça terapia e me entupa de remédios, sinto que uma parte de mim vai permanecer apodrecida.
Vocês já passaram por algo assim? Espero do fundo do meu coração que não, mas infelizmente sei que muitas anãs tem parentes narcisistas. Já li sobre isso por aqui. Gostaria que compartilhassem comigo as experiências de vocês nesse fio. Faz eu me sentir menos sozinha.
20fcb No.4001
A única forma eficaz de lidar com uma mãe assim é o afastamento. Quando mais longe, melhor. Quanto menos contato, melhor. Se separação física não for uma opção agora, tente construir essa opção.
Tente também aprender a ser em algum nível indiferente, tanto a ela quanto à opinião das outras pessoas (muita gente não acreditaria em você, outros acreditariam mas mesmo assim achariam que você tem dever e obrigação de perdoar, afinal, "é mãe"). Importe-se primeiro com você, e depois com quem se importa com você. Sua mãe não está nessa lista, jogue fora. As chances de ela reconhecer o erro, pedir desculpas ou tentar se redimir são mínimas, não vale o desgaste que você teria que ter para buscar isso. Você não deve nada a ela e nem às pessoas que diriam que você deve.
6205c No.4002
>>3999
>Mas cometi um erro e contei pra um homem que eu amava, em dado momento ele pediu pra relatar que ele iria fapar.
Essa é a pior coisa que eu li em muito tempo. As pessoas conseguem ser tão doentes.
413d7 No.4003
Também sofri abuso quando criança. Agradeço a Deus por não passar isso adiante, dizem que quem é abusado quando criança, tem grande chances de virar homosexual ou abusar de outras crianças. Só virei uma pessoa que não consegue confiar em nenhuma pessoa para relacionamentos, sem amigos e completamente reclusa.
Sinto muito mesmo pelo que você passou. Eu senti na pele também e sei o quanto isso destrói nossa mente por completo. Não contei para ninguém da família, não tive coragem. Foi um vizinho amigo da família.
Desabafei algumas vezes na internet, pois guardar isso pra gente é algo horrível. Se não fosse vocês aqui, não sei o que seria de mim.
Não sei qual é a sua fé, mas desejo do fundo do meu coração que dê tudo certo com você. Desejo que ache alguém que te ame de verdade e cuide bem de você. Nós merecemos ser felizes, no mundo tem muita maldade, a vida não foi feita pra gente sofrer tanto assim.
>>3999
>contei pra um homem que eu amava, em dado momento ele pediu pra relatar que ele iria fapar. Pessoas cruéis estão por aí
Santa mãe de Deus, rogai por nós. Que mundo desgraçado o qual vivemos. Você se distanciou desse traste, né? Diz que sim, irmãzinha. Esse tipo de pessoa merece sofrer muito por ser esse monstro. Desejo que você nunca mais passe por nada disso, e seja muito feliz na vida.
Cacete, fiquei realmente mal por tudo isso. Êta mundo bom de acabar…